“A canção sobrevive em trabalhos como o de Kléber Albuquerque, em seu faro melódico apurado, com certo pendor à dicção dos repentes e desafios nordestinos (apesar de paulista nascido em Santo André) e no seu fino trato com a palavra. Não bastasse isso tudo, suas melodias são sempre envolventes, dotadas daquela alquimia necessária (e hoje rara no ambiente da canção) de requinte e simplicidade. Trafegando com desenvoltura por um sem número de levadas e ritmos, Kléber mostra que é sim senhor um cancionista. E um senhor cancionista, diga-se. A atmosfera algo moura de algumas de suas canções não deve ser mera coincidência. Afinal, ele é um talentoso exemplar daquilo que os ibéricos costumam chamar de “cantautor”, o poeta/cantor, o trovador, personagem que tanto prezam.”
Zeca Baleiro
Sobre o artista:
Paulista de Santo André atualmente radicado em Salvador, Kléber Albuquerque é um cantor e compositor brasileiro com mais de 25 anos de atuação na música. Autor de canções gravadas por artistas como Zeca Baleiro, Ceumar, Fitti, Vanusa e Fábio Jr., lançou 9 álbuns autorais, sendo os mais recentes deles “Cantigas de Não Chegar”, lançado em 2024 em parceria com o poeta e produtor paulista Flávvio Alves; e “Anzol”, com composições inspiradas na cultura popular nordestina, álbum este selecionado para a terceira temporada do selo Educadora FM Independente, da Bahia, em 2023. Nos últimos dois anos, lançou também diversos singles, alguns em parceria com o compositor e produtor pernambucano Juliano Holanda, e um livro com as letras de suas composições em forma de poesia, intitulado “Eu não sei falar de amor”, lançado em 2024 pela Editora Sinete, de São Paulo.
Kléber iniciou sua carreira artística em 1997, com o álbum “17.777.700”, produzido por Mário Manga e direção de J.C. Costa Netto, para o selo Dabliú. Antes disso, fazia parte de bandas de punk rock no Grande ABC. Embora seu trabalho de composição tenha se voltado cada vez mais para a canção brasileira, a influência do espírito “faça você mesmo” do movimento punk sempre o acompanhou, o que o levou a se expressar também em outras linguagens, como o vídeo, a produção musical e o design gráfico, como forma de impulsionar sua carreira artística independente. Tomou gosto pelas artes do ofício e, além de suas próprias produções, já fez videoclipes para artistas como Danilo Moraes e assinou o projeto de identidade visual de grandes eventos, como as 4 edições do FIC – Festival Internacional de Circo, da cidade de São Paulo.
Indicado em 2018 ao Prêmio de Música Brasileira com o álbum Contraveneno, gravado em parceria com o cantor Rubi, Kléber Albuquerque também compõe para teatro, tendo recebido por essas suas obras os prêmios APCA, Coca-Cola Femsa e Cooperativa de Teatro.